domingo, 21 de agosto de 2011

Espada Preciosa -48 (FIM)


Nova Revolução Humana


ESPADA PRECIOSA - 48

Edição 1520 - Publicado em 21/Agosto/1999 - Página A7
O diretor administrativo do clero da Nitiren Shoshu publicou um comentário no jornal Seikyo Shimbun referindo-se às instruções do sumo prelado: "Conforme observamos nas orientações do sumo prelado, a Nitiren Shoshu tornou-se conhecida no mundo inteiro graças à devoção dos membros da Soka Gakkai na prática do Chakubuku. Seguindo as instruções do sumo prelado, a diretoria administrativa do clero da Nitiren Shoshu está disposta a avançar mantendo a harmonia entre clérigos e adeptos. Neste momento em que estamos prestes a receber a inauguração do Daikyakuden, juramos cooperar com a Soka Gakkai colocando em prática as instruções do sumo prelado a fim de cumprir o testamento de Nitiren Daishonin." 
Por outro lado, na mesma edição, o presidente da Confederação Nacional do Hokkeko fez o seguinte pronunciamento: "Todos os membros do Hokkeko, sem nenhuma exceção, deverão acatar sinceramente as instruções do sumo prelado advertindo ao mesmo tempo aqueles que tentam criar obstáculos na promoção do Kossen-rufu. Todos nós devemos seguir o exemplo da Soka Gakkai devotando-nos à prática individual e à prática altruísta a fim de corresponder à profunda consideração do sumo prelado. Espero que cada membro do Hokkeko , seguindo as benevolentes orientações do Sr. Shin-iti Yamamoto, presidente da Soka Gakkai e líder e orientador do Hokkeko, possa vencer no movimento do Kossen-rufu e na construção da terra iluminada do Buda." 
Com a divulgação das instruções do sumo prelado, um templo localizado em Osaka e outro e Koti, que vinham atormentando os membros da Gakkai, acabaram se desligando da Nitiren Shoshu. Por outro lado, as críticas dos membros do Hokkeko contra a Soka Gakkai começaram a desaparecer e os bonzos deixaram de freqüentar as boates de Fujinomiya. 
Entretanto, isso aconteceu só aparentemente. As críticas continuaram pelas costas e as diversões dos bonzos passaram para locais menos visíveis. 
Anos mais tarde, com a posse de Nikken como sumo prelado, o clero é dominado gradativamente pela corrupção e transforma-se num antro de heresias. Essa decadência é acelerada pela avidez pelo poder pela ganância do sumo prelado. 
Apesar da divulgação das instruções, Shin-iti não sentia que as raízes do mal alojadas no coração dos clérigos tivessem sido estirpadas. De acordo com a história do clero, era evidente que as maldades continuariam assediando o clero para impedir o avanço do Kossen-rufu. 
Para banir a corrupção do interior do clero a fim de proteger a integridade do Budismo de Nitiren Daishonin, Shin-iti manteve firme o espírito de combater as maldades representadas pelo autoritarismo religioso empunhando alto a espada preciosa da prática da fé.
(Fim do Capítulo "Espada Preciosa")

Espada Preciosa -47


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 47

Edição 1519 - Publicado em 14/Agosto/1999 - Página A7
Contendo sua indignação diante da falta de seriedade em buscar uma solução, Shin-iti procurou convencê-lo de que o clero deveria combater o mal que havia se alojado em seu interior, caso contrário seria arruinado por esse mesmo mal. 
Ele disse ainda: 
— No início do próximo ano, teremos a tão esperada inauguração do Daikyakuden, o que dará partida à peregrinação comemorativa de três milhões de participantes. Os membros da Gakkai estão se esforçando nas atividades conscientes de que estão vivendo uma importante etapa do Kossen-rufu e esperam muito que haja harmonia entre clérigos e leigos. Porém, contrariando essa expectativa, o que vemos é a conduta degradante dos bonzos, que se acham superiores aos adeptos, menosprezando totalmente a sincera devoção deles. Além disso, temos de suportar críticas infundadas dos membros do Hokkeko. A sociedade está rindo dessa situação, e as pessoas dizem que estão certas em não confiar nos religiosos. Os senhores não acham que estão contrariando a advertência de Nikko Shonin de atuarem dignamente no cumprimento da função de religiosos? Se tiverem alguma reclamação, opinião ou solicitação, por favor, digam diretamente a mim. Estarei sempre disposto a ouvi-los a qualquer momento. Mas deixem de incomodar os membros da Gakkai criticando nossa organização pelas costas. Os senhores sabem perfeitamente que nossos membros estão atuando no Chakubuku com o único desejo de ver o progresso da Nitiren Shoshu, mesmo que para isso tenham de enfrentar algumas ofensas. Se Nitiren Daishonin estivesse vivo, acolheria esses sublimes companheiros com o mais profundo respeito e os protegeria de todas as maldades. Entretanto, os bonzos que se dizem discípulos de Daishonin estão humilhando esses companheiros. Isso não é justo e não pode ser perdoado de maneira alguma. Se o clero acha que é incapaz de solucionar o problema, eu tomarei pessoalmente todas as providências e lutarei contra o mal. 
O diretor do clero espantou-se com as palavras de Shin-iti e disse apressadamente:
— Por favor, deixe o clero tomar as medidas necessárias. Vamos consultar o sumo prelado e agir de forma a não causar mais problemas. 
— Posso confiar realmente em suas palavras? 
— Sim, por favor. 
— Deixo então em suas mãos a solução concreta de cada caso. De toda forma, espero que o senhor assuma toda a responsabilidade e que nos apresente um relatório das medidas que serão tomadas.
Shin-iti acompanhou-o até a saída da sede regional e lamentou a situação a que havia chegado o clero. 
Depois de uma semana, no dia 15 de julho, o clero emitiu um comunicado para todos os clérigos e leigos.

Espada Preciosa -46


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 46

Edição 1519 - Publicado em 14/Agosto/1999 - Página A7
No automóvel que se dirigia para a Sede Regional Fuji, Shin-iti lembrou esses últimos momentos da vida de seu mestre e firmou sua disposição de combater a degeneração do clero e de acabar com as difamações contra a Gakkai. Ele sabia que enfrentaria uma forte reação dos bonzos, mas, se os deixasse agir livremente, estaria sendo conivente com eles e com as maldades. 
Estava ciente de que não havia outra pessoa além dele que pudesse admoestar o clero. Acreditava também que os clérigos de boa consciência ouviriam seu apelo e dariam seu apoio.
“Tenho de lutar pelo bem do Kossen-rufu, pelo bem dos membros e pela proteção do clero...”, Shin-iti decidiu que faria isso. 
Logo depois que chegou à Sede Regional Fuji, recebeu um telefonema da direção do clero informando que os bonzos problemáticos seriam orientados individualmente numa ocasião oportuna e pedindo que os casos ocorridos fossem tratados com discrição. 
Shin-iti respondeu exaltado: 
— De que forma os senhores estão acatando a gravidade desta situação? Nós já ouvimos várias vezes esse mesmo tipo de conversa, mas nada foi feito até agora. Parece até que os bonzos e os membros do Hokkeko se juntaram para discriminar os membros da Gakkai e tecer críticas infundadas contra nossa organização, que está promovendo o Kossen-rufu e praticando a fé com toda a dignidade, sem desviar o mínimo que seja dos ensinos de Nitiren Daishonin. Nós não cometemos nenhum erro até agora. 
Exigindo uma conduta mais enérgica da direção do clero, Shin-iti prosseguiu dizendo: 
— Espero que os senhores sejam mais firmes na solução do problema. Deixem de lado as medidas paliativas e resolvam de vez os problemas que cercam o clero. Caso contrário, os senhores deixarão uma mácula para a posteridade. Ainda não estou convencido de que os senhores estão agindo com seriedade. 
O diretor do clero disse que iria estudar melhor a situação e desligou o telefone. Após a participação na reunião de fundação da Regional Shizuoka, que teve início às 15 horas, esse mesmo diretor foi até a Sede Regional Fuji para encontrar-se com o presidente Yamamoto. 
Nessa ocasião, Shin-iti relatou detalhadamente sobre a conduta degradante dos bonzos, os problemas que o Hokkeko vinha causando com críticas infundadas contra a Gakkai e o sofrimento dos membros com essa situação. Entretanto, apesar da clara gravidade que envolvia diretamente o clero, o diretor ouviu as explicações de Shin-iti como se fossem problemas alheios. 
Diante de cada caso relatado por Shin-iti, o diretor repetia as mesmas palavras: — Que situação chata, heim?! Numa certa altura da conversa, ele chegou até a dizer: — Senhor Yamamoto, por favor, não me atormente tanto! Apesar da gravidade dos casos relatados em todos os detalhes por Shin-iti, esse bonzo demonstrava visivelmente que não havia nenhuma consideração por parte do clero.

Espada Preciosa -45


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 45

Edição 1519 - Publicado em 14/Agosto/1999 - Página A7
O presidente Toda era muito severo com os bonzos que manchavam o Budismo de Nitiren Daishonin. Ele não se calava quando via o aspecto degradante de um membro do clero. Chegava até a repreendê-los rigorosamente. 
Por isso, quando Toda visitava o Templo Principal, os bonzos de conduta indigna se escondiam e não apareciam diante dele. Porém, quando ele se retirava, voltavam às rodas de bebidas e diziam blasfêmias contra Toda. 
Muitos membros da Gakkai trabalhavam no Templo Principal. Alguns deles, não suportando mais tudo que viam e ouviam, desabafavam para seus dirigentes com lágrimas nos olhos. 
Apesar dessa situação, Toda procurou proteger a Nitiren Shoshu combatendo os bonzos maldosos. Além disso, empenhou todos os esforços para recuperar a prosperidade do Templo Principal, que havia perdido grande parte de seu patrimônio com a reforma agrária empreendida pelo governo japonês logo depois do término da guerra. 
Ele restabeleceu a base financeira do clero, reformou o Pagode de Cinco Andares, construiu o Hoanden, o Daikodo e templos em várias localidades do Japão. Promoveu essa prosperidade com o único desejo de que o clero despertasse para a missão de herdar e transmitir o espírito de Nitiren Daishonin e de Nikko Shonin a fim de realizar o sagrado empreendimento do Kossen-rufu juntamente com a Soka Gakkai. 
O objetivo principal de Toda era restabelecer a verdadeira prática da fé dentro do clero. Por essa razão, não recuou um passo sequer diante das heresias dos bonzos e combateu-os com rigor. Era realmente um ato de benevolência budista, o caminho para a reforma religiosa tendo como propósito a concretização do Kossen-rufu. 
Quando Toda pressentiu a morte, chamou seu discípulo Shin-iti Yamamoto e de seu leito confiou-lhe as seguintes palavras: “Lute sem tréguas contra as maldades que se alojaram no clero, está bem, Shin-iti? Jamais afrouxe as mãos do ataque!” Foi um testamento deixado para seu discípulo. 
Pela experiência de ter sido abandonado pelo clero quando foi preso e de ter vivenciado a história do Templo Principal, Toda se preocupou com o futuro da Gakkai e de seus membros mesmo estando próximo de sua morte. Ele sabia que o grande mal que poderia destruir a realização do Kossen-rufu estava nos bonzos trajados com os mantos clericais do poder e do autoritarismo. Toda estava decidido a impedir a degradação do clero a fim de proteger o Budismo de Nitiren Daishonin.

Espada Preciosa -44


Nova Revolução Humana


Espada preciosa - 44

Edição 1519 - Publicado em 14/Agosto/1999 - Página A7
O presidente Makiguti disse certa ocasião: “Entre todas as seitas das diversas linhagens dos ensinos de Nitiren, a que mais se assemelha nos dias atuais à seita Tendai da época de Daishonin é a Nitiren Shoshu.” Ele comparou a situação degradante da seita Tendai com a da Nitiren Shoshu de sua época. 
O Grande Mestre Dengyo, fundador da seita Tendai no Japão, devotou a vida à construção do santuário do Grande Veículo no Monte Hiei com base no Sutra de Lótus. Entretanto, seus discípulos, em vez de herdar corretamente os ensinamentos de Dengyo, introduziram os ensinos da seita Shingon e macularam o espírito do Grande Mestre. 
Makiguti declarou também: “Entre os seguidores da Nitiren Shoshu há alguém que enfrentou realmente os três obstáculos e as quatro maldades? Certamente que não. Por isso, os seguidores que se dizem orientadores do povo são na verdade como demônios que conduzem as pessoas para o caminho do mal.” 
Considerando-se a época em que Makiguti fez essa declaração, os “seguidores da Nitiren Shoshu” era uma referência aos clérigos, pois havia ainda poucos líderes leigos. O fato de não enfrentarem os três obstáculos e as quatro maldades significava que haviam abandonado a luta em prol do Kossen-rufu. Portanto, Makiguti advertiu firmemente essa postura covarde e egoísta. 
Porém, seu discípulo Jossei Toda combateu também com muito rigor a maldade que se alojou no clero da Nitiren Shoshu. E afirmou com veemência: “Os bonzos que não se empenham em fazer o Chakubuku e condenam os leigos que se devotam a essa prática são a escória do clero. Os que se gabam sob a vestes religiosas exigindo o respeito das pessoas sem merecê-lo são como raposas do clero. E os que cobiçam os donativos para encher seus bolsos são o mesmo que mendigos do clero.” Numa outra ocasião, o presidente Toda disse: “Existem bonzos que se recusam a conceder o Gohonzon. Isso é um absurdo. Se construímos um templo e o bonzo nega a concessão, construímos nada mais que uma moradia para ele e sua família. De toda forma, devemos respeitar os clérigos de boa índole, combater aqueles que agem como maldade e procurar estabelecer a harmonia entre os clérigos e leigos.” E ele disse também: “Não devemos permitir que os bonzos sejam prepotentes. Eles têm o mau hábito de usar os leigos como se fossem seus criados. Quando o leigo é uma pessoa influente, procuram bajulá-lo para aproveitar essa influência a fim de assegurar sua autoridade no templo. Com toda a certeza, o leigo que é aproveitado dessa forma acaba se afastando da prática da fé e sua vida fica arruinada.”

Espada Preciosa -43


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 43

Edição 1518 - Publicado em 07/Agosto/1999 - Página A7
Foi esse conservadorismo que os transformou em bonzos profissionais que fizeram da religião um meio fácil para obter lucro e desfrutar os prazeres da vida. Não tiveram o menor escrúpulo em corromper os ensinos, muito menos em cometer inúmeras heresias ao longo da história da Nitiren Shoshu, a fim de sustentar suas ambições. E eles mantiveram com autoritarismo a aparência de defensores da legitimidade dos ensinamentos de Nitiren Daishonin, enganando os adeptos. 
A base da vida desses bonzos não era mais a Lei Mística, mas o amor próprio. Isso fez com que se tornassem escravos de seus desejos e o Kossen-rufu foi completamente ignorado. Essa conduta degenerou o clero num grupo de animais disfarçados com vestes clericais.
Com exceção de Nikko Shonin e de alguns reverendos mais conscientes, a grande maioria dos bonzos maculou a história da Nitiren Shoshu, desvirtuando-se do sangue vital da prática da fé ensinada por Nitiren Daishonin. 
Em contrapartida, mesmo presos por manterem suas convicções religiosas, os presidentes Makiguti e Toda continuaram defendendo a legitimidade do Budismo de Nitiren Daishonin e Makiguti martirizou-se na prisão por essa causa. 
O espírito de Daishonin e os seus ensinamentos foram protegidos e herdados pela Soka Gakkai, evitando dessa forma a interrupção do movimento pelo Kossen-rufu. 
Quando o presidente Makiguti hasteou a bandeira da propagação da Lei Mística, esse ato foi veementemente criticado pelos bonzos do clero da Nitiren Shoshu. Além disso, a maioria dos templos recusava a realização da cerimônia de conversão para as pessoas apresentadas pelos membros da Gakkai. Os templos queriam receber como adeptos apenas pessoas ricas e de boa posição social. Os pobres e os doentes eram discriminados friamente pelos bonzos por ignorarem a benevolência budista de salvar todos os seres humanos. Em todo o Japão, apenas dois templos realizavam cerimônias de conversão para os membros da Gakkai. 
A conversão de pobres e doentes era um incômodo para os templos por não trazerem nenhuma vantagem financeira. Além disso, os bonzos temiam as perseguições que poderiam ocorrer em conseqüência da propagação do budismo. 
O presidente Makiguti preocupou-se muito com essa situação degradante. O maior obstáculo por eaale enfrentado não foi senão o próprio clero da Nitiren Shoshu.

Espada Preciosa -42


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 42

Edição 1518 - Publicado em 07/Agosto/1999 - Página A7
Mais tarde, na época da Segunda Guerra Mundial, quando o governo militar decretou a unificação das seitas religiosas como parte das medidas para manter o controle ideológico da população, alguns membros do clero da Nitiren Shoshu manifestaram-se favoráveis. 
Contudo, o presidente Makiguti pediu insistentemente ao clero para que tentasse obter uma autorização do governo a fim de que a Nitiren Shoshu pudesse manter-se independente no processo de unificação. Graças aos esforços de Makiguti, essa autorização foi expedida em março de 1941. 
Porém, em setembro desse mesmo ano, o clero mandou apagar quatorze trechos das escrituras de Nitiren Daishonin temendo que o governo militar acusasse a Nitiren Shoshu de manter pensamentos subversivos e contrários ao xintoísmo estatal. Esse ato de alterar os ensinamentos do Buda Original é comparável àqueles cometidos pelos cinco discípulos principais da época de Nitiren Daishonin que queimaram as escrituras e mudaram os trechos escritos em katakana (letras mais simples da escrita japonesa) após o seu falecimento, considerando que essa forma de escrever era humilhante. 
Esses atos de heresia culminaram com a aceitação do talismã xintoísta pelo clero da Nitiren Shoshu, que recomendou o mesmo procedimento aos membros da Soka Gakkai. 
Como resultado da veemente recusa dos presidentes Makiguti e Toda, eles acabaram sendo detidos e atirados na prisão. Diante desse fato, o clero exonerou esses dois líderes do quadro de adeptos da Nitiren Shoshu e proibiu a peregrinação dos membros da Soka Gakkai ao Templo Principal. Essas medidas foram tomadas imediatamente pelo clero para livrar-se de qualquer envolvimento com a Gakkai. Apesar de se dizer mantenedora do verdadeiro espírito de Nitiren Daishonin, o clero cortou friamente as relações com a Gakkai temendo as opressões do governo militar. 
Esses fatos históricos demonstram claramente a natureza real da conduta dos clérigos da Nitiren Shoshu. Eles preocupavam-se unicamente em garantir a própria sobrevivência e a de seus familiares, evitando correr qualquer risco para proteger o Budismo de Nitiren Daishonin.
De acordo com as escrituras, a promoção do Kossen-rufu a era conturbada dos Últimos Dias da Lei é inevitavelmente acompanhada de adversidades e perseguições. Por isso, esse sagrado empreendimento só pode ser realizado por pessoas decididas a devotar a própria vida. 
Apesar de Nikko Shonin ter recomendado não poupar a própria vida até que o Kossen-rufu fosse concretizado, os clérigos da Nitiren Shoshu não tiveram nenhuma consciência de agir conforme essa recomendação. Eles se escondem sob vestes clericais e buscam apenas uma vida abastada como bonzos, abandonando o espírito necessário para impulsionar o Kossen-rufu e juntando-se a pessoas poderosas para manter essa postura conservadora.

Espada Preciosa -41


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 41

Edição 1518 - Publicado em 07/Agosto/1999 - Página A7
Essa comemoração estava programada para outubro de 1931. A seita Minobu pretendia conquistar a posição máxima entre as demais seguidoras dos ensinamentos de Daishonin com a obtenção do manuscrito “Verdadeiro Ensino” solicitado ao imperador. 
O Ministério da Educação, que exercia o controle jurídico das entidades religiosas, exigiu que essa solicitação tivesse o consentimento dos representantes legais de todas as seitas da linhagem dos ensinos de Nitiren. 
Os diretores da seita Minobu apressaram-se em obter essa aprovação e marcaram também um encontro com o então sumo prelado da Nitiren Shoshu, Nikkai Abe. 
Apesar de a petição dirigida ao imperador declarar que o Monte Minobu era o local que abrigava o túmulo de Nitiren Daishonin, o sumo prelado Nikkai Abe apoiou a seita Minobu e consentiu em assinar a petição apresentada. 
Na verdade, tempos depois do falecimento de Nitiren Daishonin, Nikko Shonin abandonou o Monte Minobu justamente por ter se transformado num local de heresias praticadas por Mimbu Niko, um dos seis principais discípulos de Daishonin, e pelo administrador daquela área, Hakiri Sanenaga. Eles mandaram erigir uma estátua do Buda Sakyamuni como também freqüentaram santuários heréticos. 
Considerando que o Monte Minobu não era mais um local digno, Nikko Shonin decidiu abandoná-lo levando consigo os restos mortais de Nitiren Daishonin. 
Por essa razão, o ato de Nikkai de consentir e assinar a petição da seita Minobu foi uma clara oposição ao espírito de Nikko Shonin e uma traição aos ensinamentos do Verdadeiro Budismo. Essa história de heresias começou a ser combatida com o surgimento da Soka Gakkai. Em 11 de março de 1955, quando ocorreu o Debate de Otaru, os líderes da Gakkai refutaram os erros da Minobu e provaram a legitimidade do Dai-Gohonzon consagrado no Templo Principal da Nitiren Shoshu, como também que o túmulo de Nitiren Daishonin não se encontrava no Monte Minobu.
Esse debate foi coordenado por Shin-iti Yamamoto, que na época era um dos líderes da Divisão dos Jovens. A sua participação foi decisiva para provar que a Soka Gakkai era a mais digna e legítima seguidora do Budismo de Nitiren Daishonin. A vitória da Gakkai nesse debate preservou o espírito fundamental com que Nikko Shonin procurou defender os ensinamentos de Nitiren Daishonin.

Espada Preciosa -40


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 40

Edição 1518 - Publicado em 07/Agosto/1999 - Página A7
Antes de desligar o telefone, Shin-iti solicitou à diretoria do clero que tratasse urgentemente com o sumo prelado a respeito do problema a fim de obter uma solução mais rápida, sem ficar apenas repetindo justificativas infundadas.
Logo depois, Shin-iti participou da inauguração da Sede Regional de Fujinomiya realizando o Gongyo com todos os presentes. Em seguida deslocou-se de carro até a cidade de Fuji para incentivar os participantes da reunião de fundação da Regional Shizuoka.
No trajeto ele analisou os motivos da degeneração dos clérigos da Nitiren Shoshu.
Durante a guerra, o clero aceitou o talismã xintoísta temendo a opressão do governo militar. Entretanto, esse foi apenas um dos casos de heresia por parte da Nitiren Shoshu. Em novembro de 1914, vários sacerdotes reuniram-se no templo Ikegami Honmonji, da seita Nitiren, para estabelecer as diretrizes básicas visando à unificação de suas diversas facções. A Nitiren Shoshu esteve representada nesse conclave pelo 57º sumo prelado Nissho Abe e também por Houn Abe, que se tornou posteriormente o 60o sumo prelado Nikkai Abe (pai do atual 67º sumo prelado Nikken Abe). No final do conclave, Nissho assinou o termo de concordância aceitando a unificação com as demais seitas.
Um outro caso de heresia ocorreu em novembro de 1922 quando o imperador japonês concedeu o título de “Grande Mestre do Verdadeiro Ensino” a Nitiren Daishonin. Nessa ocasião, Nissho Abe participou de um movimento liderado pela seita Kempon Hokke para obtenção daquele título e assinou o termo de solicitação submetido ao imperador. Esse título colocava o Buda Original Nitiren Daishonin na mesma condição do Grande Mestre Tient’ai e do Grande Mestre Kobo. Além disso, Nissho Abe participou da cerimônia religiosa realizada no dia da concessão do título, recitando a oração conduzida pelo líder da facção Minobu da Nitiren Shu.
Essa conduta do sumo prelado da Nitiren Shoshu constituiu-se numa heresia ao espírito fundamental dos ensinamentos de Daishonin, e ele tinha plena consciência de que as diversas seitas Nitiren eram errôneas e contra à essência do Verdadeiro Budismo.
O ato de o sumo prelado Nissho Abe ter-se unido aos sacerdotes de outras seitas, sentando-se ao lado destes para recitar a oração da Minobu foi uma heresia que consta nas advertências ditadas por Nikko Shonin, sucessor imediato de Nitiren Daishonin.
Mais tarde, com a finalidade de comemorar o 650º aniversário de falecimento de Nitiren Daishonin, a seita Minobu começou a promover um movimento para obter do imperador o manuscrito das palavras “Verdadeiro Ensino” do título “Grande Mestre do Verdadeiro Ensino”.

Espada Preciosa -39


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 39

Edição 1517 - Publicado em 31/Julho/1999 - Página A7
Shin-iti disse a Harayama: 
— Este é o verdadeiro sentimento dos membros. Eles já estão no limite da tolerância. Do jeito que está, não podemos esperar uma solução. No início do próximo ano, teremos a inauguração do Daikyakuden e a peregrinação comemorativa de três milhões de participantes. Será o descortinar de uma nova etapa do Kossen-rufu. É um momento importante para assinalarmos um novo avanço com união entre clérigos e leigos. O Daikyakuden não deverá ser apenas uma nova edificação, mas um símbolo que representa a harmonia e a fé daqueles que visam à realização do Kossen-rufu. Por isso, como um ato de benevolência, o clero deve ser advertido para desalojar o mal que há nele. Naturalmente, muitos bonzos irão se revoltar e odiar-me. Não me preocupo com isso, servirei de escudo contra eles. De toda forma, vou telefonar agora mesmo para a diretoria do clero. 
Quando Shin-iti se levantou, Harayama se dispôs a fazer a ligação para obter alguma resposta sobre a posição do clero diante dos problemas.
Shin-iti ficou ouvindo por alguns minutos e sentiu que a conversa não estava chegando a lugar algum. Ele pegou então o telefone e insistiu por uma resposta objetiva.
O bonzo que estava ao telefone e era um dos diretores do clero espantou-se ao ouvir a voz do presidente da Soka Gakkai e começou a dar respostas evasivas. 
— É... de toda forma... conforme já falamos... estamos analisando esse problema e reconhecemos que são casos muito graves. Tanto as críticas contra a Gakkai como o comportamento indigno dos clérigos foram considerados como fatos lamentáveis e estamos tentando conversar com o sumo prelado sobre essas questões... 
Diante dessas evasivas, Shin-iti disse com toda a firmeza. 
— Já ouvimos muitas vezes esse tipo de resposta e esperamos muito tempo por uma providência do clero. Porém, nada foi feito até agora e os membros da Gakkai estão sofrendo com isso. O senhor não acha que é uma completa falta de responsabilidade? 
A voz contundente de Shin-iti soou alto e forte. Ele continuou: 
— Nesta época que antecede à inauguração do Daikyakuden, o mais importante é criar uma forte correnteza do Kossen-rufu com a harmonia entre clérigos e leigos e também com a união do Hokkeko. Entretanto, o clero não tem demonstrado nenhuma seriedade em empenhar-se nesse sentido. Por que vocês deixam o mal se alastrar livremente pelo clero?

Espada Preciosa -38


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 38

Edição 1517 - Publicado em 31/Julho/1999 - Página A7
Oyama continuou a falar sem esconder sua indignação.
— Um dos bonzos chegou a dizer o seguinte a um de nossos membros: “A Gakkai está se tornando cada vez mais enfadonha. Se deixá-la agir livremente, o clero será dominado pela Gakkai. Por isso, depois de construir e doar uma certa quantidade de templos, é melhor dissolvê-la. Se isso não der certo, podemos proibir a concessão do Gohonzon e impedir a peregrinação. De toda forma, precisamos fortalecer rapidamente o Hokkeko para tomar essas medidas.” Eles pensam em aproveitar ao máximo a boa vontade da Gakkai para depois chutá-la para fora. É temeroso o fato de eles pensarem em usar o Gohonzon como instrumento para ameaçar e intimidar a Gakkai. Sabemos também que os bonzos estão incitando os membros do Hokkeko a ficarem contra nossa organização, colocando-se na posição de que eles são superiores aos leigos. Para eles, os membros da Gakkai não passam de escravos que lhes levam donativos. Creio que eles nunca pensaram seriamente em realizar o Kossen-rufu. O que eles têm na cabeça é apenas ambição pessoal. Não têm fé nem benevolência. Estão completamente decadentes. 
Vendo as lágrimas rolarem pelo rosto de Oyama, Shin-iti disse: 
— Tudo o que você está relatando é de fato um absurdo e compartilho seu sentimento. É muito natural que todos fiquem extremamente indignados. De toda forma, o diretor-geral Harayama esteve recentemente no Templo Principal para protestar e exigir medidas urgentes para resolver esses problemas. 
Shin-iti perguntou então ao diretor-geral qual foi a resposta do clero.
— Como o senhor sabe, a resposta foi a de sempre. Apenas nos disseram que iriam fazer alguma coisa, mas não sentimos nenhuma disposição e seriedade neles — disse Harayama. 
Ouvindo isso, Oyama ficou enfurecido. 
— Eu não posso mais suportar essa indiferença com que o clero nos trata. Mais do que eu, os membros da Divisão dos Rapazes de Shizuoka não se calarão. Muitos estão enfurecidos com os bonzos que nada fazem pelo Kossen-rufu e ficam maltratando nossos membros. Se o senhor nos permitir, vamos até o Templo Principal para apresentar-lhes nosso protesto!

Espada Preciosa -37


Nova Revolução Humana


Espada Preciosa - 37

Edição 1517 - Publicado em 31/Julho/1999 - Página A7
Shin-iti respondeu: 
— Estou ciente dessa situação. Porém, pretendo dar-lhes muita atenção e apoiá-los para que possam também se levantar em prol do Kossen-rufu. As críticas do Hokkeko contra a Gakkai originam-se provavelmente por não terem compreendido ainda o espírito de Nitiren Daishonin e por não conhecerem muito bem a Gakkai. Conversei algumas vezes com o presidente do Hokkeko com a esperança de que o grupo reconheça e respeite a Gakkai o mais rápido possível como uma grandiosa organização do Kossen-rufu. Embora fiquem indignados diante das ofensas, espero que as suportem com muita paciência. Entre eles há pessoas conscientes que pretendem criar a harmonia entre a Gakkai e o Hokkeko. Porém, há também aqueles que são contra. De toda forma, existe um problema interno na organização deles. 
Oyama ouviu atentamente as palavras de Shin-iti e disse: 
— Eu estou mais preocupado com o comportamento dos bonzos do que com as críticas dos membros do Hokkeko. Nesta região, os bonzos do Templo Principal não gozam de boa reputação. O fato é que eles são vistos freqüentemente em boates, embriagando-se e se divertindo com gueixas, sem falar dos escândalos com as mulheres. Os membros da Gakkai vêem essa degradação e ficam desanimados. Além disso, embriagados, eles menosprezam os membros da Gakkai tecendo comentários sobre eles, que se dedicam sinceramente à prática da fé. O presidente Toda e o senhor vieram prestando todo o apoio ao clero e dedicando-lhe a máxima fidelidade, mas a maioria dos clérigos não sente nenhuma gratidão por isso. Pelo contrário, eles acham que os senhores não estão fazendo nada mais que sua obrigação. Lá em Osaka ocorreu um caso de um templo não conceder o Gohonzon aos membros da Gakkai. Aqui em nossa província ainda não tivemos esse tipo de incidente, mas os bonzos têm atendido muito friamente os membros que vão receber o Gohonzon nos templos. Além disso, de maneira autoritária, obrigam os membros a realizar as cerimônias em memória aos familiares falecidos para receber donativos. Na verdade, presidente Yamamoto, haja o que houver, estamos dispostos a proteger o clero pelo bem do Kossen-rufu. Mesmo que nossa situação financeira não seja boa, continuaremos a fazer os donativos. De fato, fizemos tudo isso até agora. Contudo, não queremos doar nosso dinheiro para sustentar as extravagâncias de bonzos que só sabem criticar a Gakkai. Este é o sentimento franco de todos os companheiros.